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'Diário do REI' é a reprodução do trabalho jornalístico do português Bruno Fahning, que acompanhou Michael Jackson diariamente durante o período em que ele esteve ausente dos palcos e morando fora dos Estados Unidos. As viagens, o convívio com os filhos e funcionários, os negócios, as manias pessoais e os processos judiciais, estão relatados aqui, dia após dia, mostando como vivia o REI do Pop, fora dos holofotes da mídia. Uma leitura interessante e comovente que desvenda a vida atribulada de Michael, o REI !


06 de julho de 2006

Schaffel x Jackson: Acusação não tem Provas suficientes e faz ameaças



Ontem foram apresentadas em Corte, as fitas com as gravações telefônicas entre Michael e Schaffel. Hoje foi a vez de mais um por parte da acusação, testemunhar. Alvin Malnik, empresário da Flórida. Em seu testemunho, Malnik, que já aconselhou Jackson financeiramente, afirmou ter emprestado dinheiro ao cantor, algo em torno de 7 e 10 milhões de dólares, mas declarou que foi reembolsado pelo astro. Ele disse que Michael uma vez lhe ligou precisando urgentemente de 1 milhão de dólares, para comprar uma jóia para a atriz Elizabeth Taylor. O motivo, segundo Malnik, é que Elizabeth não estaria disposta a assinar sua participação em um especial de TV do cantor, e na visão de Jackson, a atriz aceitaria, com esse mimo.

Em relação à viagem para o Brasil, Schaffel indicou que levou para a América do Sul, 300 mil dólares sacados de sua conta bancária para o "Sr. X" a mando do Rei do Pop, mas que nunca foi pago pelo empréstimo. A questão do pagamento misterioso, pelo o qual nenhum detalhe foi dado, foi usada pelo representante de Jackson, Thomas Mundell, como um exemplo de reclamações não documentadas em recibos ou algo válido. O acusador admitiu nunca ter documentado em recibos os empréstimos feitos para Jackson.

Fora do tribunal, o advogado de Schaffel, Howard King, revelou que a discussão sobre os recibos nunca documentados, obrigará por parte da acusação limitar boa parte dos empréstimos, serão eliminados preços que não poderão ser comprovados. Devido a isso, a reivindicação de Schaffel, cai para os 1.6 milhões de dólares, suprimindo quase a metade que anteriormente era cobrado. Segundo King, seu cliente foi idiota em não ter adquirido recibos para cobranças dos empréstimos e que nunca mais ele emprestará dinheiro a estrelas.

Durante o depoimento de Schaffel, foi citado uma suposta transação de 200.000 dólares envolvendo uma companhia japonesa, Mundell pediu para que o acusador mostrasse um recibo ou extrato bancário que comprovasse tal cobrança. Schaffel disse que não tinha qualquer documento que comprovasse a transação com a companhia. Mundell perguntou se existia um extrato assim, Schaffel disse que houve, mas não para ser mostrado no tribunal. Ele também disse que tentou intimar uma testemunha da transação. E no interrogatório posterior ele disse que Jackson havia pedido a ele para que não houvesse registro bancário do negócio.

Ainda sobre o 300 mil dólares que Schaffel afirmou ter entregado na América do Sul para o "Sr. X", Mundell perguntou sobre se ele guardou alguma prova documental quanto ao dinheiro. Schaffel disse que sim e entregou um papel a seu advogado. Mas depois de uma conferência privada com o juiz, o papel não foi mostrado ao júri. King afirma que o papel foi um erro de retirada de um banco no Brasil. Nem o advogado, e nem Schaffel comentaram para onde esse dinheiro foi. King, contudo, disse ao tribunal que o real pagamento, não foi feito no Brasil mas sim para alguém da Argentina.

Schaffel também declarou no interrogatório de Mundell que quando ele e Jackson decidiram gravar uma música para a caridade, Jackson havia lhe dado 2 milhões de dólares. "Ele me deu 2 milhões de dólares para a gravação e despesas, sobre a qual não posso falar" referindo-se aos 300.000 dólares. Mundell perguntou se Jackson confiou nele, "para usar aquele dinheiro apropriadamente", Schaffel respondeu que sim. O representante do cantor indicou que Jackson não obteve cheques da conta na qual o dinheiro foi depositado e nunca fez uma retirada, mas que Schaffel fez.
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Júri do Caso Schaffel x Jackson
escutam telefonemas

Os jurados do caso Jackson x Schaffel, ouviram nesta quarta-feira uma série de mensagens telefônicas de Schaffel com Michael. As mensagens deixadas na secretária eletrônica, serviram para mostrar o relacionamento íntimo entre Michael e Schaffel, nas ligações, eram feitas grandes transações de milhões de dólares para o cantor. Em uma das primeiras mensagens de telefone em 2001, feitas por Jackson; "Marc, é o Michael... Marc por favor, nunca me decepcione. Gosto de você. Amo você. (...) Eu realmente quero que sejamos amigos e conquistemos o mundo dos negócios juntos. Por favor, seja meu amigo fiel. Te amo".

Schaffel, no banco das testemunhas, disse que trabalhou em inúmeros projetos para Michael Jackson, entre eles, o seu ex-sócio, tinha arranjado uma linha de crédito de US$10 milhões para o astro de uma instituição financeira. Schaffel declarou que Jackson tinha muitas exigências, incluindo uma busca que Schaffel faria para encontrar uma casa em Beverly Hills, que seria um esconderijo para o cantor, quando ele quisesse sair de seu rancho Neverland.

Em junho de 2001, Jackson deixou diversas mensagens que tratam do projeto conhecido como "o negócio de Marlon Brando." Segundo Schaffel, o astro do pop tinha muitas idéias, uma delas era entrevistar e ser entrevistado por Marlon Brando em uma ilha no Tahiti. O projeto milionário nunca saiu do papel, devido ao alto custo.

Mais tarde, Schaffel disse, "Nós tivemos diversas reuniões com Marlon Brando. Michael queria que o ator fizesse diversos DVD’s ensinando a arte da atuação. Jackson considerava Brando o maior ator de todos os tempos."

Havia diversas mensagens de Jackson deixadas para Schaffel que diziam que Brando tinha telefonado para ele, e que queria saber como os projetos estavam. Em um telefonema ele disse, "Marlon Brando tem pressionado. Ele é um homem maravilhoso. Ele é um deus. Ele quer muito dinheiro. Ele quer as coisas prontas agora." De acordo com Schaffel, os projetos mudaram de rumo, porque Jackson queria produzir um especial de TV sobre a vida e experiência de Brando.

Outro interesse do pop star era a gravação imediata do single beneficente "What More Can I Give", para as vítimas do atentado em 11 de setembro de 2001. O single nunca foi lançado devido às complicações que envolviam Jackson e sua gravadora, Sony Music. Schaffel alegou que a gravação havia custado milhares de dólares, um dos custos, envolvia a viagem de 30 grandes artistas, que cantariam versos da música.

Em 2003 Jackson deixou mais mensagens para Schaffel dizendo que tinha um plano urgente a ser concluído, que era uma gravação de um single beneficente para a guerra do Iraque. "Deveria ser da América para o Iraque", disse Jackson em uma mensagem. "...É uma causa perfeita. Significa mais agora, do que em qualquer outro momento." Algumas de suas mensagens telefônicas que relacionassem a gravação foram cronometradas entre 2:05 e 6:39 da manhã. "Nós temos que fazer algo a respeito, em termos de simpatia e união para com o Iraque", disse Jackson. "É uma coisa bonita. Nós temos que fazer isso, Marc".

Schaffel também testemunhou sobre uma viagem feita para o Brasil em novembro de 2003 para uma entrega de 300.000 dólares para alguém da América do Sul. Schaffel descreveu essa viagem como um assunto pessoal do cantor. No julgamento de 2005 promotores alegaram um possível plano do astro, para deslocar a família acusadora e lavá-los para o Brasil. Schaffel, que sacou os 300.000 dólares de sua própria conta bancária que ele mantinha na Europa para negócios, e que segundo ele, Jackson nunca reembolsou o valor total.

Schaffel alega que Jackson o deve centenas de milhares de dólares. Em aspecto de suas reivindicações contra Jackson, Schaffel reconhece ter recebido 1,4 milhões de dólares como sua parte em royalties de dois vídeos vendidos para o canal de TV, Fox, mas ainda falta receber 664.000 dólares em royalties dos mesmos vídeos. Schaffel também indica outros 100.000 que foram para taxas legais após ter sido nomeado co-conspirador no caso de abuso sexual de Jackson.

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